qui. mar 28th, 2024

MyHealthData: projeto brasileiro pretende fornecer mais transparência e controle de dados médicos

Desde 2016, o debate sobre proteção de privacidade e dados pessoais ganhou força ao redor do mundo. Os casos de vazamento de dados do Facebook, bem como o uso indevido destes para influenciar processos políticos, acenderam o alerta tanto de pessoas quanto de governos.

E alguns dos dados mais sensíveis para os usuários encontram-se na área de saúde. Além da sensibilidade das informações, outro problema diz respeito a praticidade. É muito difícil uma pessoa ter acesso a todos os seus registros médicos em um lugar só. Ela pode solicitar os registros em cada médico, mas essa tarefa pode ser árdua dependendo da quantidade de profissionais que ela frequenta.

Foi pensando na praticidade e na segurança dos dados médicos dos pacientes que um grupo de brasileiros fundou a MyHealthData, empresa que utiliza a tecnologia para o armazenamento de registros médicos. A empresa une a segurança da manutenção do registro de dados de forma segura com a praticidade que os pacientes possuirão de compartilhá-los em segurança apenas para quem eles desejarem.

A empresa, dessa forma, dá aos usuários o poder sobre o seu registro médico. E isso fica claro nesse trecho retirado do site da empresa:

“MYHEALTHDATA É A UMA DAO (DECENTRALIZED AND AUTONOMOUS ORGANIZATION) SOBRE SMART CONTRACTS (CONTRATOS INTELIGENTES) ONDE PACIENTES DE QUALQUER LUGAR DO MUNDO PODEM REGISTRAR SEUS DADOS MÉDICOS NA REDE BLOCKCHAIN DO ETHEREUM. ELA É ABERTA E ESTÁ DISPONÍVEL UNIVERSALMENTE A DESENVOLVEDORES E PESQUISADORES PARA CRIAREM APLICAÇÕES DESTINADAS À MELHORIA DA SAÚDE PÚBLICA.”

Equipe descentralizada

Ingrid Barth, uma das cofundadoras do projeto, falou com exclusividade ao Criptomoedas Fácil sobre a MyHealthData. Segundo ela, 23 pessoas fazem parte do projeto, que surgiu em 2017 de forma totalmente descentralizada.

“EM 2017, A VALÉRIA QUEIROZ, CARIOCA, QUIS CRIAR ALGO QUE DESSE PODER AOS PACIENTES E AO MESMO TEMPO PUDESSE AJUDÁ-LO A CUSTEAR OS CUSTOS COM SAÚDE. ELA FOI A PRINCIPAL RESPONSÁVEL POR MOTIVAR AS PESSOAS A SE JUNTAR EM ALGO ONDE NÃO EXISTE UM “DONO” E COMPARTILHAR O PROPÓSITO QUE ELA CARREGA COM A IDEIA. O PROJETO NÃO POSSUI UM DONO, MAS A VALÉRIA FOI DE EXTREMA IMPORTÂNCIA NESSE ASPECTO”, AFIRMOU BARTH.

A equipe do MyHealthData reflete perfeitamente o espírito do projeto: é descentralizada e multifuncional. Entre os 23 membros encontram-se médicos, advogados, administradores, profissionais de enfermagem e até economistas – caso da própria Ingrid Barth. E todos contribuíram nas mais diversas áreas do projeto.

“ALGUMAS PESSOAS AJUDARAM A ESCREVER E REVISAR O WHITE PAPER, OUTRAS ARCARAM COM OS CUSTOS ENVOLVIDOS. TEVE QUEM CHEGOU COM VÁRIAS IDEIAS LEGAIS E QUEM ATUOU EM FUNÇÕES COMO COMMUNITY MANAGER. TODOS AJUDARAM DE ALGUMA MANEIRA”, RESSALTOU.

Segurança e praticidade

Como falamos no início do texto, o principal objetivo do MyHealthData é proporcionar uma forma segura de armazenamento de registros médicos ao mesmo tempo que permite praticidade no compartilhamento das informações do paciente para os médicos. E Barth explicou como esse processo funciona.

“NÓS DESENVOLVEMOS O MYHEALTHDATA DE MANEIRA QUE ELE PUDESSE DAR PODER AO PACIENTE SOBRE SUAS INFORMAÇÕES. E DE ACORDO COM A SUA NECESSIDADE, ELE POSSA COMPARTILHAR ESSAS INFORMAÇÕES COM MÉDICOS, LABORATÓRIOS E HOSPITAIS. ESSAS INSTITUIÇÕES PODERÃO VER OS DADOS, MAS O PACIENTE É QUE DECIDIRÁ DE QUAIS FORMAS ELES SERÃO (OU NÃO) UTILIZADOS.”

Ela destacou que o projeto também possui outro objetivo, que é do baratear os custos médicos na vida do paciente, reduzindo diversos custos e criando cadeias de confiança com os profissionais.

“A PARTIR DO MOMENTO QUE O PACIENTE CONSEGUE MANTER SEUS DADOS ATUALIZADOS, ELA CONSEGUE REDUZIR O NÚMERO DE EXAMES NECESSÁRIOS E AUMENTAR A CADEIA DE CONFIANÇA MUITO MELHOR A RESPEITO DE DOENÇAS E INFORMAÇÕES MÉDICAS EM GERAL. E OS HOSPITAIS PASSAM A TER INFORMAÇÕES MUITO MAIS APURADAS SOBRE OS PACIENTES, ENTÃO TODO MUNDO SAI GANHANDO.”

Para efetuar o registro das informações, o usuário terá acesso a um token único, que funcionará como uma chave privada de acesso.

Primeiro registro

Em 20 de janeiro, a plataforma do MyHealthData recebeu o seu primeiro registro de informações médicas: um registro de imunização. Barth afirmou que o registro foi efetuado como um teste para avaliar a plataforma e que o mesmo funcionou muito bem.

Ela não informou uma data específica para o lançamento final da plataforma, mas disse que estão produzindo melhorias na sua interface para facilitar a experiência do usuário (UX) e permitir que ele possa registrar as informações com facilidade.

Além disso, a plataforma dará a possibilidade de que sejam feitas outras aplicações de registros por parte dos desenvolvedores.

“APENAS PARA UM FIM ESPECÍFICO, TIPO VACINAS. MAS SEMPRE COM A AUTORIZAÇÃO DO PACIENTE”, RESSALTOU BARTH.

Com o seu lançamento, a MyHealthData certamente tem potencial para dar aos pacientes controle e mais liberdade sobre suas informações médicas, facilitando inclusive processos de transferência de informações no caso da necessidade de troca de médicos por parte do paciente. E controle pessoal dos dados em uma época como a nossa certamente faz toda a diferença em qualquer setor.

 

Fonte: https://www.criptomoedasfacil.com/myhealthdata-projeto-brasileiro-pretende-fornecer-mais-transparencia-e-controle-de-dados-medicos/

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