Plataforma Rhizom – Horizontes
Rhizom é uma nova iniciativa, baseada em novos arranjos de ações, interações e transações que fazem de nós o que somos e o que podemos ser. Para além da liberdade segura que essas trocas — sem entes centralizadores — conseguem nos proporcionar, Rhizom se sustenta numa atenção extremamente minuciosa aos princípios ontológicos que fazem desta nova tecnologia transrelacional algo tão promissor.

A história humana, no decorrer da qual desenvolvemos muitas de nossas características fisiológicas e sociais, é uma de constantes desafios. Em nossos embates somos moldados e moldamos o ambiente à nossa volta, independente dos resultados.
Praticamente tudo que foi gerado em termos de soluções e recursos compõe aquele gigantesco acervo simbólico e técnico que convencionamos chamar “conhecimento”. E, dentro dele, setorizamos esse amplo e diverso repertório de respostas (e perguntas) de acordo com as especificidades de cada dimensão de nossas práticas cotidianas através das quais elas vieram a ser elaboradas.
Em suma, criamos instrumentos para lidar com o mundo ao nosso redor e os classificamos de acordo com sua eficácia e compatibilidade com cada situação. Mas é no compartir desses elementos que efetivamente podemos considerá-los como parte daquele acervo, no interior no qual ele não apenas se acumula, mas se multiplica e se insere em nossas vidas através de códigos consensuados e até costumes apreciados e vividos coletivamente.
“A mágica, devemos lembrar, é uma arte que requer colaboração entre o artista e seu público.” E.M. Butler, The myth of the magus (1948)

Ollafur Elyassen
Conhecer, tem muito mais a ver com as formas coletivas que encontramos para lidar com as questões que aqueles desafios nos trouxeram do que com seu simples surgimento. E aqui cabe uma pergunta fundamental: quantas respostas geniais não foram enterradas por preconceitos, interesses escusos, miopia ou ganância e impedidas de fazerem parte de nossas rotinas ou mesmo de nossos horizontes?
Aqui, todas as ideologias, temores, governos e credos dividem alguma responsabilidade, pois o conhecimento se pauta na inovação, é assim que ele alimenta aquele rico repertório, mantendo-o vivo pela simples adequação à realidade do maior número de pessoas possível naquele dado momento.
Blockchain não difere muito disso, mesmo porque subentende as trocas que são tão essenciais a toda essa narrativa humana construída até aqui como algo intrínseco não apenas a seu funcionamento, mas principalmente ao seu desenvolvimento. Neste ponto, ele se assemelha muito ao que viemos esmiuçando até aqui, levando esses princípios a sua existência mais ideal no mundo real: o das transações interpessoais.
Ele é um registro e, portanto, pode ser constantemente aprimorado, mas também é uma rede e, assim, obedece a uma dinâmica que se baseia na transparência e reciprocidade. Esse equilíbrio entre solidez e fluidez é exatamente o que faz destes sistemas uma das respostas mais sofisticadas que elaboramos aos desafios mais cruciais de nossos tempos.

Lyudmila Davydenko — Rhizome 1
Isto se explica pelo fato de que praticamente tudo que colocamos até aqui como sendo o cerne dessas relações humanas seminais foi profundamente transformado pela internet. Seja pelo exacerbamento das trocas, pela intensificação dos compartilhamentos ou pela simples redução das distâncias que os limitavam, a comunicação através desse universo imaterial e todas as possibilidades abertas por ela inspirou projetos, alimentou sonhos, modificou hábitos e se espraiou de forma inexorável praticamente tudo que fazemos e pensamos.
Mas a disseminação também comporta perigos: códigos disseminados podem ser manipulados ou mesmo usados contra seu próprio propósito, já que a imprevisibilidade da ação humana possibilita tanto usos nocivos como benéficos de todos os recursos que lhe são comuns. Assim, as disseminações trazem consigo muitos riscos envolvendo subversões, perversões ou mesmo inversões dos sentidos originais. E, num ambiente vasto e variado como este, isto se torna um enorme risco.
Algo assim está longe de ser inesperado, cada nova realidade traz consigo novos perigos e, com eles, novos desafios que devem ser respondidos de uma forma tão efetiva quanto universalmente compreensível. E o quê, face a um admirável mundo novo de trocas impessoais e transterritoriais como estas a que nos acostumamos nos dias de hoje, seria mais adequado que uma estrutura que prima pela segurança e preza a privacidade de todos os envolvidos?
“O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser.” Paul Valéry

Antony Gormley
Rhizom é uma nova iniciativa, baseada em novos arranjos de ações, interações e transações que fazem de nós o que somos e o que podemos ser. Para além da liberdade segura que essas trocas — sem entes centralizadores — conseguem nos proporcionar, Rhizom se sustenta numa atenção extremamente minuciosa aos princípios ontológicos que fazem desta nova tecnologia transrelacional algo tão promissor.
A questão fundamental talvez seja: se estas redes e suas dinâmicas internas se definem entre a confiança e eficiência, o que as torna diferentes uma da outra ou mesmo “melhores”? A resposta é simples: a clareza e solidez de sua iniciativa — um andaime semiótico, interconectado, distribuído, desintermediado.
Concebida por um time seleto de desenvolvedores e empreendedores, tão afinados com a conjuntura que fornece os mesmos desafios dos quais falamos no início, quanto atentos às oportunidades que eles nos apresentam, nossa ferramenta — afinal, é disto que estamos falando desde o início — pretende ir muito além do aqui e do agora. Ela vislumbra oferecer soluções para o que nos une e separa: uma infinidade de incertezas e possibilidades, expectativas e potencialidades, todas elas somente esperando por uma lingua franca, sólida e versátil o suficiente para que pudessem se materializar.
“O sistema revolucionário da riqueza é tudo sobre descentralização, nichos, flexibilidade e devolução ao poder em rede e distribuído”. Alvin Toffler

Essa é a primeira de uma série de discussões e imersões em temas que recobrem o arcabouço de propostas inovadoras que Rhizom traz como contribuição social para mais uma inevitável renovação cognitiva e reinvenção do que entendemos como capital social. E, embora tenham surgido mudanças sutis aplicadas em diferentes contextos, hoje estamos diante de um revelante salto de época: as redes sociais com fisiologias mais dinâmicas, a necessidade de incorporarmos reciprocidade, confiabilidade e anti-fragilidade, constroem o que devemos chamar da nova internet de valor — adentrando assim, o fim de sua infância.
Por: Luciano Britto, co-fundador.
O ecossistema, com uma plataforma blockchain inteiramente nova, para poderosos Market Networks. Conta com arquitetura composicional e um plano de negócios aderente às melhores práticas digitais e cryptográficas, Rhizom começa a se abrir para mundo e manifestar seu condensado potencial.
Fonte: https://medium.com/rhizomfoundation/horizontes-ab093cb85a4f