qui. jun 5th, 2025

Startup brasileira atrai Bill & Melinda Gates com IA que combate excesso de antibiótico

A startup de saúde curitibana Munai foi selecionada pela fundação Bill & Melinda Gates para participar de um desafio sobre o uso da inteligência artificial com finalidades de impacto social.

healthtech — que costumava se chamar Laura e adotou novo nome em maio — foi escolhida por causa de um projeto que utiliza ferramenta semelhante ao ChatGPT para combater o uso excessivo de antibióticos e, assim, atacar a chamada resistência antimicrobiana — um dos mais preocupantes problemas sanitários em curso no mundo.

(A Munai cita estudo do Journal of Global Antimicrobial Resistance segundo o qual, só em 2017, 7,7 mil brasileiros morreram em hospitais por causa de infecções multirresistentes a medicamentos).

A ferramenta desenvolvida pela Munai é um assistente virtual que permite que os médicos acessem, por meio de uma conversa, aos protocolos do hospital sobre o uso de antibióticos. A ideia é ajudar o profissional, a partir do caso prático do paciente, a receitar medicamentos que respeitem as normas e a racionalidade sobre a administração de antibióticos.

— O principal problema é a adesão dos médicos aos protocolos quando estão à beira do leito. São profissionais que estão tratando de uma série de coisas ao mesmo tempo, precisam tomar decisões rápidas e nem sempre têm essa informação facilmente disponível. A gente espera que a ferramenta aumente de 25% a 30% a adesão dos médicos ao protocolo — conta o infectologista Hugo Morales, cofundador da Munai.

Apoio financeiro

De acordo com os fundadores da startup, seu projeto foi selecionado entre 1.331 submetidos em todo o mundo. Foram escolhidos 51 projetos, sendo seis no Brasil. A seleção levou dois meses, e as startups terão que apresentar seus resultados já no curtíssimo prazo: em três meses. A fundação Bill & Melinda Gates dará um apoio financeiro de US$ 85 mil para a implementação da ferramenta.

— Um dos principais problemas hoje é a extração de dados. Já vi um hospital com computadores rodando Windows 95! Muitos não são informatizados. A inteligência artificial generativa e seus modelos de linguagem são mecanismos úteis para a extração de informações — afirmou Cristian Rocha, cofundador e CEO da Munai, acrescentando que a startup tem hoje acesso aos dados de 6 milhões de pacientes únicos.

A solução será testada e validada em um hospital que participa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). (A startup não revela o nome da instituição.)

Fonte: Leia isso (transcrita de O Globo)

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