dom. abr 28th, 2024

Dubladores brasileiros protestam contra a substituição de artistas por inteligência artificial

Membros do movimento reforçam que não querem impedir a evolução tecnológica, mas que a inteligência artificial sirva para auxiliar os artistas.

A discussão sobre o uso de inteligência artificial no cinema tem movido discussões entre dubladores brasileiros. Nos últimos dias, artistas como Úrsula Bezerra, que dá voz ao protagonista de Naruto, Wendel Bezerra, a voz de Goku em Dragon Ball, Bianca Alencar, dubladora de Mabel em Gravity Falls, se uniram ao movimento “Dublagem Viva”, que protesta contra a substituição de dubladores por IA e a favor da regularização do recurso nos cinemas.

“Os dubladores estão preocupados com essa coisa de inteligência artificial substituindo as vozes”, disse Wendel Bezerra em vídeo. “A dublagem viva fala da dublagem feita por seres humanos. Se trata daquilo que você não vê quando assiste um filme, você não vê toda a vida que foi colocada dentro do estúdio”, explicou o artista.

A voz de Goku na dublagem brasileira ainda pontuou que há uma série de processos que se tornam possíveis a partir da presença humana nos estúdios, como a adaptação de textos para adequar a fala ao tempo e também a contexto brasileiro: “A gente coloca realmente a nossa alma ali, nossa inteligência natural, para saber como comunicar da melhor forma”, concluiu Wendel.

O movimento do qual os dubladores fazem parte conta com mais de 52 mil assinaturas a favor da regularização da inteligência artificial e tem o apoio de organizações internacionais como o Sindicato de Talentos Vocais de Madrid e a Associação de Atores Vocais dos EUA, que também temem o fim da dublagem com a chegada da IA.

No site oficial, os membros da “Dublagem Viva” reforçam que não querem impedir a evolução tecnológica, mas sim, que a inteligência artificial sirva para auxiliar os artistas. “Seu uso indiscriminado pode causar danos sociais e econômicos sensíveis para a nação em curtíssimo prazo, além de danos culturais e, subsequentemente, morais e éticos irreversíveis”, diziam os dubladores em nota.

Fonte: Revista Quem (Globo.com)

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