sáb. abr 27th, 2024

Inteligência Artificial: sem mudar gestão atual, empresas ficarão inviáveis em uma década

esquisa da consultoria PwC ouviu CEOs de empresas do setor financeiro no Brasil.

Executivos de companhias brasileiras de serviços financeiros avaliam que o avanço de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial generativa (sistema capaz de gerar textos, imagens em resposta a solicitações), e de outras megatendências, como as mudanças climáticas, podem fazer seus negócios se tornarem economicamente inviáveis, nos próximos dez anos, se não houver mudança no modo de gestão atual.

Essa é uma das conclusões da 27ª edição da Global CEO Survey, pesquisa anual da consultoria PwC, que ouviu mais de 4,7 mil CEOs em mais de 105 países, incluindo o Brasil, em novembro do ano passado. O trabalho foi divulgado inicialmente no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, realizado há duas semanas.

Entre os CEOs brasileiros, 51% dos participantes da pesquisa acreditam que os negócios não serão economicamente viáveis em até dez anos, se mantido o rumo atual. No levantamento do ano anterior, esse percetual era de 34%.

— A disrupção tecnológica, as mudanças climáticas e outras megatendências globais em aceleração continuam a exigir adaptação dos CEOs. Haverá aumento da pressão para mudanças nos modelos de negócios nos próximos três anos e as empresas terão que se reinventar ou ficarão inviáveis em uma década — analisa Lindomar Schmoller, sócio da PwC Brasil e líder do setor de serviços financeiros.

Produtos melhores

O levantamento mostrou que 64% dos executivos do setor de serviços financeiros do Brasil consultados pela PwC acreditam que a Inteligência Artificial (IA) generativa melhorará a qualidade dos produtos ou serviços das empresas nos próximos 12 meses. E 50% avaliam que o uso dessa tecnologia aumentará a confiança do mercado na companhia.

— Mas os executivos observam que a IA generativa vai exigir da mão de obra atual novas habilidades. Sem isso, não será possível operar essa nova tecnologia — observa Schmoller.

A pesquisa identificou que para 91% das lideranças brasileiras de serviços financeiros, a IA generativa vai exigir, nos próximos três anos, o desenvolvimento de novas habilidades da maior parte da sua força de trabalho.

Já 72% disseram que a nova tecnologia vai mudar a maneira como a companhia cria e entrega valor. Outros 71% acreditam que a eficiência dos funcionários vai aumentar com uso de IA e 66% dos CEOs avalam que haverá melhora no uso do próprio tempo de trabalho. Pelo menos 55% dizem que a expectativa é de maior lucratividade com IA generativa.

Risco de fake news

Apesar do impacto projetado pela IA no Brasil, a implementação dessa tecnologia em todas as áreas da empresa ainda é uma realidade distante no país. Dos CEOs brasileiros de serviços financeiros, apenas 23% disseram que a nova tecnologia está em status de implementação. A adoção dessa tecnologia no setor de serviços financeiros no Brasil está abaixo da média global do setor.

Os riscos cibernéticos são a principal ameaça ao negócio para 43% dos CEOs consultados. Entre eles, 63% dizem que temem pela divulgação de desinformação (fake news)

Um ponto positivo revelado pela pesquisa é que no Brasil e, no mundo, a expectativa de desaceleração do crescimento econômico global para este ano diminuiu. No total, apenas 29% dos executivos financeiros no acreditam que a economia global vá se desacelerar em comparação com 73% no ano passado. Em relação ao Brasil, 55% dos CEOs têm a expectativa de crescimento do país.

Fonte: O Globo

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